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Corinthians lidera ranking negativo entre clubes brasileiros

O Corinthians permanece no topo de um ranking negativo no futebol brasileiro: é o clube da Série A que mais demora para quitar integralmente sua folha salarial, incluindo salários, encargos e direitos de imagem, pelo segundo ano consecutivo. Em 2024, o clube levou em média 191 dias para pagar completamente um mês de folha, uma melhora em relação aos 279 dias de 2023, mas ainda muito acima do prazo considerado razoável, que é de até 70 dias, conforme análise da consultoria Convocados em parceria com Galapagos Capital e Outfield.

Essa demora não significa que os jogadores e funcionários fiquem tanto tempo sem receber, mas está relacionada principalmente ao acúmulo de impostos, especialmente o Imposto de Renda sobre a folha, que tem gerado um passivo tributário crescente para o clube. Segundo o economista Cesar Grafietti, responsável pelo estudo, esse acúmulo de dívidas fiscais é o principal gargalo financeiro do Corinthians atualmente.

Apesar desse problema, o clube é um dos que mais arrecadam no país, com receita superior a R$ 1,1 bilhão em 2024, mas não consegue converter esse faturamento em estabilidade financeira. A folha salarial do Corinthians, após reforços recentes, alcançou cerca de R$ 22,5 milhões mensais, incluindo salários, encargos e direitos de imagem. O aumento foi impulsionado por contratações como a de Memphis Depay, cujo contrato pode custar mais de R$ 70 milhões até 2026, embora parte desse valor seja coberta por patrocinadores. Mesmo com saídas de jogadores de alto salário, a folha voltou a crescer em 2024.

Outros clubes no topo do ranking

No ranking dos clubes da Série A quanto ao prazo médio para quitação da folha, o Corinthians lidera com 191 dias, seguido por Fluminense (116 dias) e Bahia (108 dias). Na outra ponta, clubes como Criciúma (14 dias), Juventude (17 dias) e São Paulo (35 dias) conseguem pagar suas folhas em prazos muito mais curtos, demonstrando melhor equilíbrio financeiro operacional.

Além dos desafios com a folha salarial, o Corinthians enfrenta a maior dívida entre os clubes brasileiros, estimada em cerca de R$ 1,9 bilhão em 2024, sem contar os valores referentes à Neo Química Arena. A diretoria atribui parte desse endividamento a gestões anteriores, além de juros elevados, e vem adotando medidas para reestruturar o perfil da dívida, como adesão a programas de recuperação de crédito e renegociações tributárias.

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