Corinthians comunicou a Justiça sobre mudança de planos envolvendo dívida de R$ 367 milhões
O Corinthians enfrenta atualmente um cenário de grande atenção devido à sua reestruturação financeira. Recentemente, o clube comunicou à Justiça que está revisando seu plano de pagamento de dívidas no Regime de Centralização de Execuções (RCE), uma medida que busca organizar e priorizar a quitação de valores devidos a empresários, ex-jogadores e fornecedores. O montante total dessas obrigações gira em torno de R$ 367 milhões, envolvendo diferentes credores e demandas judiciais.
Essa reorganização do passivo do Corinthians ocorre em meio a pressões de diversos credores, que cobram maior transparência e condições mais favoráveis para o recebimento dos valores. Entre as exigências, estão a disponibilização de documentos financeiros detalhados e a definição de percentuais mais elevados da receita do clube para o pagamento das dívidas. O tema ganhou ainda mais destaque após declarações públicas de dirigentes de outros clubes, como o presidente do Cuiabá, que criticou a postura do Corinthians em relação ao cumprimento de suas obrigações.
O RCE é um mecanismo jurídico utilizado por clubes de futebol para concentrar e organizar o pagamento de dívidas sob supervisão judicial. Por meio desse regime, o clube apresenta um plano de pagamento que deve ser homologado pelo tribunal, envolvendo todos os credores em um processo coletivo. O objetivo é evitar a fragmentação das execuções e permitir que o clube mantenha suas atividades esportivas enquanto negocia prazos e condições para quitar seus débitos.
No caso do Corinthians, o plano inicial previa a destinação de 4% das receitas recorrentes e 5% das receitas provenientes da venda de direitos econômicos de jogadores para o pagamento das dívidas. Essa proposta, no entanto, foi contestada por credores, que reivindicam um percentual mínimo de 20% da receita, conforme previsto em legislação específica. Além disso, há solicitações para que o clube apresente extratos bancários, contratos de direitos televisivos e outros documentos que comprovem sua real situação financeira.
Principais críticas dos credores ao plano do Corinthians
Os credores do Corinthians têm manifestado insatisfação com alguns pontos do plano apresentado pelo clube. Entre as principais críticas, destacam-se:
- Percentual baixo de receitas destinadas ao pagamento: Credores argumentam que a proposta de 4% está aquém do que seria razoável para garantir a quitação das dívidas em prazo aceitável.
- Falta de transparência: Empresas e empresários exigem acesso a documentos detalhados para verificar a real capacidade financeira do clube.
- Prazo de homologação: Há pedidos para que o plano seja homologado em até 60 dias, enquanto o Corinthians propõe um prazo de 180 dias.
- Benefícios para “credores parceiros”: O clube sugere condições diferenciadas para alguns credores, o que é visto com desconfiança por parte dos demais.
Além dessas questões, há também discussões sobre a legalidade de alguns procedimentos adotados pelo clube, como a realização de leilões reversos com deságio mínimo de 30% para a venda de direitos econômicos de jogadores. Empresas como a antiga patrocinadora máster e escritórios de advocacia também se posicionaram contra a forma como o Corinthians vem conduzindo o processo.
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